100 anos depois da primeira confirmação da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, a programação das celebrações do centenário das observações do eclipse solar total de 1919, Eddington na Sundy, é encerrada no Museu da Pólvora Negra em Oeiras. Durante o ano de 2019 celebrou-se os 100 anos da confirmação experimental da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, um marco mundialmente relevante para a História e para a Ciência. Numa organização conjunta entre o Eddington na Sundy e a Câmara Municipal de Oeiras, o dia 30 de novembro reuniu oradores em Portugal, Brasil e São Tomé e Príncipe para ser contada uma história global e transatlântica, em Língua Portuguesa, encerrando assim um ciclo de iniciativas da programação Eddington na Sundy: 100 anos depois.

 

Programa

15:30h Abertura da sessão

15:45h Painel  “Eddington na Sundy: uma celebração planetária a olhar para o futuro”

17:15h Pausa para café e visita à exposição 3 Eclipses

17:30h Visita virtual à exposição “Eclipse: Einstein, Sobral e o GSP”

18:00h Apresentação da BD “Einstein, Eddington e o Eclipse”

18:30h Encerramento

 

Museu da Pólvora Negra, como chegar e onde estacionar?

Morada | Rua da Fábrica da Pólvora de Barcarena 

Coordenadas GPS | 38.739955, -9.284442

 

 

Este evento insere-se no âmbito da Semana da Ciência e da Tecnologia 2019 

Coorganizador:

     

 

 

 

 

 

Painel |  “Eddington na Sundy: uma celebração planetária a olhar para o futuro”

João Fernandes  |Universidade de Coimbra (Moderador)

Isabel Silva Costa | RTP África

Joana Latas | Universidade de Coimbra,  NUCLIO

José Sande Lemos | Universidade de Lisboa  

Manuel Penhor | Universidade de São Tomé e Príncipe *participação via Zoom

 

Eddington na Sundy: 100 anos depois foi uma iniciativa que teve como objectivo principal comemorar o centenário das observações astronómicas lideradas por Arthur Eddington no dia 29 de Maio 1919, na ilha do Príncipe e na localidade brasileira do Sobral. A data e o local foram escolhidos tendo em conta o facto de aí ter sido visível um eclipse total do Sol. Estas observações são um marco maior na Ciência mundial pois permitiram uma validação experimental da Teoria da Relatividade Geral, então proposta por Albert Einstein. As celebrações incluíram dezenas de iniciativas entre congressos científicos, conferências, exposições, observações astronómicas, atividades hand-on, criação de espaços temáticos, fóruns de discussão, relatos televisivos e radiofónicos, etc, e decorrem em três continentes envolvendo centenas de participantes e dezenas de instituições. Esta iniciativa é uma boa metáfora de como funcionam hoje em dia muitos dos projectos científicos, nomeadamente na área das Ciências Espaciais: colaborações à escala planetária, envolvendo vários países, organizações internacionais e uma multitude de investigadores. Enfim, um esforço conjugado ao serviço do Saber. Estando agora a viver o encerramento formal do Eddington na Sundy: 100 anos depois, podemos perguntar: o que fica? Qual o legado do evento? No painel que aqui se propõe iremos discutir o que foi e o futuro do evento, com pessoas que tiveram uma participação activa em diferentes actividades.

 


 

João Manuel de Morais Barros Fernandes, natural de Arcos de Valdevez, é Professor Auxiliar do Departamento de Matemática, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desde 1999. Licenciou-se em Física/Matemática Aplicada (ramo Astronomia) pela Universidade do Porto (1991) e é doutorado em Astrofísica e Técnicas Espaciais pela Universidade de Paris VII (1996). Obteve a agregação em Física (ramo Astrofísica) pela Universidade de Coimbra (2014). As suas áreas de investigação são a formação e evolução das estrelas, física solar e a história da Astronomia em Portugal. Publicou cerca de 80 trabalhos de investigação. Foi o single point of contact nacional para o Ano Internacional da Astronomia 2009, por nomeação da União Astronómica Internacional. Recebeu a distinção “Caras de Futuro” da revista “Visão” em 2013. Foi sub-director da FCTUC com o pelouro do Observatório Geofísico e Astronómico da UC (2013-2018) e foi coordenador do Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra (2015-2018).

 

Isabel Silva Costa. Nasceu no Estoril, Lisboa. Trabalhou como secretária e tradutora, até que entrou para a RTP. Foi documentalista de programas, assistente de realização, realizadora de informação. É jornalista, apresentadora, coordenadora de programas. Coordenou e apresentou o Jornal das 9, o Jornal2 e o TV2Jornal, na RTP2. Foi responsável pelo Jornal d’África na RTP2. Editou telejornais de fins de semana na RTP1. Foi Chefe de Redação do Telejornal. Fez grandes reportagens e documentários.  Foi Correspondente em Berlim durante dois anos e Delegada da RTP em Cabo Verde durante seis. Trabalha na RTP África em Lisboa. Frequentou a Escola Alemã de Lisboa. Tirou licenciaturas em Línguas e Literaturas Modernas, na variante Inglês-Alemão, e em História. Tem uma pós-graduação em “Direito na Comunicação Social” tirada no Instituto de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde. Frequentou mestrado de Antropologia Visual. Leitora insaciável, sedenta de conhecimento e uma viajante curiosa. Recebeu dos pais uma cultura de trabalho e esforço.

 

Joana Latas é professora de Matemática com experiência na Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Portugal, ao nível do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, Ensino Secundário e Ensino Superior. Nos últimos anos coordenou projetos Educação e Divulgação Científica enquanto membro do Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO) e, de momento, está a realizar investigação no âmbito do doutoramento em História das Ciências e Educação Científica na Universidade de Coimbra. Internacionalmente participa em redes colaborativas nas áreas da (Educação) Matemática, co-coordena o Grupo Lusófono de Astronomia para o Desenvolvimento (PLOAD, sigla em Inglês) da União Astronómica Internacional e coordena a organização do Eddington@Sundy: 100 anos depois, no âmbito do qual foi conceptualizado e desenvolvido o recém inaugurado Espaço Ciência Sundy, na Roça Sundy, na ilha do Príncipe, alusivo às observações do eclipse solar de 1919 que aí tiveram lugar.

 

José Pizarro de Sande e Lemos nasceu em 1957 em Lisboa. Foi aluno do Colégio São João de Brito e do Liceu Camões em Lisboa e do Colégio São Vicente no Rio de Janeiro. Obteve o Mestrado em Física em 1982 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e o PhD  em Astrofísica e Gravitação em 1987 pela Universidade de Cambridge.  Trabalhou no Observatório Nacional do Rio de Janeiro de 1988 a 1996 onde foi Investigador Titular. Realizou a Agregação em 1996 no Instituto Superior Técnico (IST) no qual é  Professor Catedrático. Foi presidente do Departamento de Física e é atualmente presidente do Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA) do IST. É membro fundador e presidente da assembleia geral da Sociedade Portuguesa de Relatividade e Gravitação. O cerne da sua investigação é em física e astrofísica de buracos negros. Tem mais de 150 trabalhos publicados em revistas internacionais nas áreas de astrofísica relativista, gravitação, buracos negros, ondas gravitacionais, cosmologia e física fundamental  com um total de 6000 citações.  Obteve o prémio UTL/Santander de 2009, atribuído ao professor e investigador da Universidade de Lisboa que se distinguiu na respetiva área pelo número e pelo impacto dos trabalhos que publicou em revistas científicas de circulação internacional e obteve o prémio vitalício de Outstanding Referee da American Physical Society em 2010 pela qualidade dos seus pareceres. É organizador da conferência científica From Einstein and Eddington to LIGO: 100 years of  gravitational light deflection no Príncipe, em Maio de 2019, em comemoração dos 100 anos do eclipse solar histórico.

 

Manuel Penhor, licenciado em Física e Mestre em Clima e Ambiente atmosférico. É atualmente professor e coordenador do curso de Física na Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP). Desempenhou o cargo de Presidente da Faculdade de Ciências da USTP (2014-2016), foi Metodólogo de Física do Ensino Secundário (1993-1998). Durante uma década (1998 – 2008) ocupou o cargo de Chefe dos Serviços Administrativos e coordenador do Departamento de Física do Instituto Superior Politécnico (antes da criação da Universidade de São Tomé e Príncipe). Foi Ponto Focal para a Comemoração do Ano Internacional da Astronomia (2009) em STP, Coorganizador das Masterclasses Internacionais de Física das partículas em STP desde 2012 e participante do curso de formação sobre astronomia dirigida a professores de países africanos de língua oficial portuguesa, organizada pelo NUCLIO de Portugal, no âmbito da GTTP e é coordenador do PLOAD em STP.

 


 

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Visita virtual | Exposição Eclipse: Einstein, Sobral e o GSP

Patrícia Spinelli | Museu de Astronomia e Ciências Afins, Rio de Janeiro *participação via Zoom

 

A confirmação da Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, completou um século em maio. E foi no interior do Ceará, em Sobral, que cientistas brasileiros e ingleses ajudaram o famoso físico alemão a provar sua tese. Esta proeza científica foi conseguida em 29 de maio de 1919, quando as fotografias de um eclipse solar, tiradas na cidade cearense de Sobral e na Ilha do Príncipe, foram fundamentais para comprovar a deflexão da luz pela gravidade, prevista por essa Teoria. Tal feito histórico teve grande repercussão na imprensa brasileira, europeia e dos Estados Unidos, transformando Einstein em celebridade mundial e abrindo novos horizontes para o conhecimento científico.

Para celebrar os 100 anos do fenômeno, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em parceria com o Observatório Nacional (ON), inaugurou em 29 de maio a exposição O Eclipse – Einstein, Sobral e o GPS. Voltada para todos os públicos, a mostra conta a história da expedição científica que comprovou da Teoria da Relatividade Geral, trazendo detalhes sobre como foram registradas as fotografias da posição das estrelas próximas à borda solar bem como àquelas obtidas pela equipe brasileira.

 


 

Patricia Spinelli possui graduação em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2004), mestrado em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2007) e doutorado em Astrofísica pela Ludwig-Maximilians-Universität e International Max Planck Research School on Astrophysics (LMU, IMPRS, 2011). Realizou estágio de pós-doutorado no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP, 2013). Tem experiência na área de Astrofísica, com ênfase em Lentes Gravitacionais Fracas, Cosmologia e Astrofísica Extragaláctica. Atua na área de divulgação em ciências, em especial Astronomia, sendo membro fundador do Programa GalileoMobile. Atualmente é pesquisadora adjunta do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST, desde 2013) e professora do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde Fiocruz/MAST/Jardim Botânico (DCTS, desde 2014). 

 


 

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Apresentação de livro | Ensaio / Banda Desenhada Einstein, Eddington e o Eclipse

Ana Simões | Universidade de Lisboa

Ana Matilde Sousa | Universidade de Lisboa

 

1 ECLIPSE/ 5 PAÍSES /2 LÍNGUAS / 1 TEIA DE PESSOAS CONHECIDAS E DESCONHECIDAS, ANIMAIS, PLANTAS, AMBIENTES / MUITO DESEJO POR MORANGOS

Einstein, Eddington e o Eclipse. Impressões de viagem integra um ensaio e uma banda desenhada. O ensaio analisa as duas expedições britânicas, que rumaram ao Príncipe e ao Sobral para observar o eclipse solar total de 1919 e testar a previsão de Albert Einstein do encurvamento da luz, nas suas vertentes científica, social, política e religiosa. A banda desenhada toma excertos da correspondência de A.S. Eddington como ponto de partida para uma narrativa gráfica de contornos experimentais e impressionistas. 

 


 

Ana Simões é Professora Catedrática de História das Ciências na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal e Co-Coordenadora do Centro de História da Ciência e Tecnologia (CIUHCT). É presidente da Sociedade Europeia para a História da Ciência (2018-2020). O seu trabalho sobre a apropriação do eclipse de 1919 pela comunidade astronómica de Lisboa foi o ponto de partida para o seu envolvimento nas comemorações do eclipse de 1919. Entre várias atividades e publicações, comissariou a exposição E3. Einstein, Eddington e o Eclipse, realizada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa, de maio a setembro de 2019, e publicou o livro Einstein, Eddington e o Eclipse. Um encontro Improvável, duas expedições memoráveis ​​(2019).

 

 

Ana Matilde Sousa é artista visual e académica, nascida em Lisboa, onde vive e trabalha. Em 2012, cofundou o selo português de zines Clube do Inferno, começando a fazer banda desenhada sob o pseudónimo Hetamoé. Desde então, as suas bandas desenhadas foram publicadas por editoras de BD alternativa em Portugal e internacionalmente, incluindo Chili Com Carne (Portugal), kuš! (Letónia), Ediciones Valientes (Espanha), Éditions Trip (Canadá) e Anthropocene Curriculum (Alemanha). É candidata a doutorada em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, prevendo terminar em 2019.  Website: http://www.heta.moe/

 


 

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